segunda-feira, 13 de abril de 2020

Resenha - A Náusea, de Jean-Paul Sartre


Nomeado originalmente La Nausée e publicado em 1938, a Náusea é o primeiro romance de Jean-Paul Sartre e um enveredamento de suas primeiras reflexões e ideias acerca do existencialismo. A presente obra compõe a categoria ficção, porém, é difícil a mim explaná-la como tal, visto que ela fora escrita um ano antes do início da segunda guerra mundial. Entretanto, cá estarei me esforçando para destrinchá-la.⠀
A Náusea é escrita no formato de um diário pelo autor fictício Antoine Roquentin. Para lê-lo, não carece de familiarizar-se com o escritor ou quaisquer um dos seus personagens. Eu escolhi esta obra com pouca ideia de quem era Sartre e posso afirmar sem titubeios que eu adorei este livro.⠀
No prefácio do diário, os leitores podem observar claramente que Roquentin viaja há muitos anos e agora voltou à França.⠀
Beirando o seu trigésimo aniversário, Rouquentin está realizando um projeto acadêmico em uma pequena cidade de Bouville (com base em Le Havre) e decidiu escrever uma biografia do Marquês de Rollebon, que é uma figura da Revolução Francesa. ⠀
Na narrativa, vê-se que Roquentin leva uma vida isolada, passando a maior parte de seus dias trabalhando em jornais da biblioteca local e à noite em cafés e restaurantes.⠀
Nessa solitude, ele sofre do que chama de náusea. Ele a descreve como uma sensação de falta de sentido na existência com outros corpos individuais. Antoine escreve um diário justamente para entender sua própria documentação sobre a náusea que ele sofre.⠀
É um processo de autorreflexão e essa é a primeira coisa importante a compreender se você estiver lendo este romance. Essa solidão é uma representação de uma existência sem fim (eterno retorno), na qual todo indivíduo está cercado, embora cada um esteja intrinsecamente só.

Quote:⠀
"Estou livre: já não me resta nenhuma razão para viver (...) mas essa liberdade se assemelha um pouco à morte".

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