domingo, 19 de abril de 2020

Tag: Dez Perguntas Literárias


Olá, tudo joinha por aí?⠀
Hoje, senti vontade de fazer um post diferente... Simbora para as perguntas!⠀
I - Qual é a capa mais bonita da sua estante?⠀
Eu tenho vários livros com capas maravilhosas... porém, eu nutro um encantamento especial por The Romantic Poets (a obra da foto), que é uma coletânea dos poemas de William Blake, George Gordon, Lord Byron, Samuel Taylor Coleridge, John Keats, Percy Bysshe Shelley e William Wordsworth, publicada pela editora @canterburyclassics.⠀
II - Se pudesse trazer um personagem para a vida real, qual seria?⠀
A minha adorada Lou Clark, de Como Eu Era Antes de Você (seríamos best friends).⠀
III - Se pudesse entrevistar um autor, qual seria?⠀
Sem sombra de dúvida, Edgar Allan Poe, o meu eterno mestre.⠀
IV - Um livro que indica para todo o mundo?⠀
A Náusea, de Jean-Paul Sartre.⠀
V - Uma história confusa.⠀
A Menina Submersa - Memórias, de Caitlín R. Kiernan, e é um dos meus livros favoritos.⠀
VI - Um casal.⠀
Elizabeth Bennet e Mr. Darcy. 😍⠀
VII - Dois vilões. (Que você gostou ou não)⠀
Drácula, da obra que atende pelo mesmo nome e Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes. ⠀
VIII - Um personagem que matarias.⠀
Beatty, de Fahrenheit 451.⠀
IX - Se pudesse viver num livro, qual seria?⠀
Eu viveria numa trilogia: As Peças Infernais, de @cassieclare1, apenas para conhecer Will Herondale.⠀
X - Qual teu maior e menor livro? (Em número de páginas).⠀
Maior: Grandes Contos, de H. P. Lovecraft, com 1176 páginas.⠀
Menor: Carmilla: A Vampira de Karnstein, com 96 páginas.⠀
Por hoje é só, pessoal. 🤗

Resenha - O Retrato de Dorian Gray


WILDE, Oscar (1854-1900). Tradução e notas: Doris Goettems - São Paulo: Editora Landmark, 2014.⠀⠀
Título original: The Picture of Dorian Gray.⠀⠀
Edição comentada bilíngue: português / inglês.⠀⠀
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Spoiler Alert! ⚠️⠀⠀
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Dorian Gray, a personagem tida como principal na obra, é um jovem muito belo e puro. Certa vez, um aspirante a artista pinta um lindo retrato de Dorian, e este último anseia que sua aparência vistosa seja eternizada. O desejo é concedido. Mr. Gray torna-se imutável — jovial e charmoso, porém, o retrato começa a deformar a sua alma.⠀⠀
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Quando a personagem se entrega a uma vida de hedonismo, ele utiliza sua beleza persuasiva para obter tudo que deseja. Sua insensibilidade faz com que um amigo coneta suicídio. A perversidade da sua alma faz com que ele ceife a vida de um amigo a sangue frio.⠀⠀
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No decorrer de um par de décadas, Dorian interiormente se torna uma criatura monstruosa e isso fica refletido no retrato, ainda que ele permaneça o mesmo externamente.⠀⠀
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A homossexualidade do autor não é um segredo, inclusive, o leitor pode discernir facilmente pormenores que implicam tal fato na narrativa. Talvez, e somente talvez, as sutis insinuações à homossexualidade de Mr. Wilde hajam tornado suas obras demasiado atrativas aos amantes da literatura que simpatizam pelo homossexualismo.⠀⠀
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Entretanto, no livro, pode-se notar como o estilo de vida da personagem é deveras condenado pelo desfecho da narrativa. Em seu desenvolvimento, a trama tenta dissuadir o leitor a desejar justiça e redenção. No fim da obra, enfatiza-se a necessidade de punição — a morte como o salário do pecado.⠀⠀
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O que acontece com o ser humano que busca saciar seus desejos? Nós envelhecemos porque pecamos? Esses são alguns dos questionamentos que surgem na mente do leitor após o findar da leitura de O Retrato de Dorian Gray.⠀⠀
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Nota: 🏆🏆🏆🏆🏆

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Resenha - A Náusea, de Jean-Paul Sartre


Nomeado originalmente La Nausée e publicado em 1938, a Náusea é o primeiro romance de Jean-Paul Sartre e um enveredamento de suas primeiras reflexões e ideias acerca do existencialismo. A presente obra compõe a categoria ficção, porém, é difícil a mim explaná-la como tal, visto que ela fora escrita um ano antes do início da segunda guerra mundial. Entretanto, cá estarei me esforçando para destrinchá-la.⠀
A Náusea é escrita no formato de um diário pelo autor fictício Antoine Roquentin. Para lê-lo, não carece de familiarizar-se com o escritor ou quaisquer um dos seus personagens. Eu escolhi esta obra com pouca ideia de quem era Sartre e posso afirmar sem titubeios que eu adorei este livro.⠀
No prefácio do diário, os leitores podem observar claramente que Roquentin viaja há muitos anos e agora voltou à França.⠀
Beirando o seu trigésimo aniversário, Rouquentin está realizando um projeto acadêmico em uma pequena cidade de Bouville (com base em Le Havre) e decidiu escrever uma biografia do Marquês de Rollebon, que é uma figura da Revolução Francesa. ⠀
Na narrativa, vê-se que Roquentin leva uma vida isolada, passando a maior parte de seus dias trabalhando em jornais da biblioteca local e à noite em cafés e restaurantes.⠀
Nessa solitude, ele sofre do que chama de náusea. Ele a descreve como uma sensação de falta de sentido na existência com outros corpos individuais. Antoine escreve um diário justamente para entender sua própria documentação sobre a náusea que ele sofre.⠀
É um processo de autorreflexão e essa é a primeira coisa importante a compreender se você estiver lendo este romance. Essa solidão é uma representação de uma existência sem fim (eterno retorno), na qual todo indivíduo está cercado, embora cada um esteja intrinsecamente só.

Quote:⠀
"Estou livre: já não me resta nenhuma razão para viver (...) mas essa liberdade se assemelha um pouco à morte".