quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Resenha - Mulheres, de Charles Bukowski


Mulheres, assim como as demais narrativas de Buk, mostra um espelho das nossas prisões. O álcool, insígnia da embriaguez, nos apresenta uma espécie de fuga das amarras da vil realidade.

Chinaski, pseudônimo de Bukowski, diz:

"Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante; dava muito trabalho. Eu queria mesmo era um espaço sossegado e obscuro para viver minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não casava com o outro. Pouco importava.”

O parágrafo acima resume o que nós vislumbramos da personagem, sem generalizar. Contudo, cada um de nós é preguiçoso e ambicioso a seu modo, não é mesmo?

É relevante mencionar que Chinaski escrevia somente após haver bebido bastante, ele era um alcoólatra.

Eu realmente gosto desse tipo de literatura, que fornece um retrato visceral da realidade. Em suma, deem uma chance a Buk, pois o velho safado carece de ser lido.